terça-feira, 11 de setembro de 2012

contos e fadas da politica nacional


As histórias da nossa política são iguais aos contos de fadas que são todos iguais entre si.
Na nossa politica existem Califas tiranetes, com Vizires que desejam ser Califas no lugar dos Califas. Rainhas más que consultam e tentam dominar espelhos mágicos que pronunciam verdades que muitas vezes constroem eles próprios. Falo da nossa imprensa, sempre hesitante entre a “notícia sensação”, o bajular do poder, e o reflectir acerca das realidades nacionais.
Existem anõezinhos guindados ao poder funcionando em lobby de anõezinhos que parecem gigantes no topo dos pés de feijão das empresas e organismos públicos ou nas direcções de bancos, ainda que privados.
Há a galinha dos ovos de ouro que todos os dias é morta pelo lucro fácil, pela promoção duvidosa, pela reforma antecipada e choruda, pelo cargo de direcção imerecido.
Há as princesécas ou Moiras encantadas, encerradas no alto de torres de cristal televisivo de onde debitam os seus comentários políticos, sem contraditório ou com ele e de onde nunca saem para provar que saber comentar é o mesmo que saber fazer.
Há o Rei que do seu palácio se dirige ao Povo de quando em vez e que escolhe mal os conselheiros.
Há soldadinhos de chumbo (já não no serviço militar obrigatório mas ainda assim de chumbo) a prestar serviço em países distantes e que aqui pouco ou nada fazem de realmente útil.
Temos sapos que se transformam em príncipes encantados ou patinhos feios que se tornam cisnes temporários mas que pouco depois retornam ao seu estado inicial e desaparecem em exílios dourados, sem fama mas com fortuna ou com cargos em organismos internacionais.
Há lobos maus, sempre a soprarem contra tudo. Lobos a que todos conhecem os côvís, a existência, os actos e o paradeiro mas que os caçadores não conseguem apanhar em investigação alguma; nem com apitos mágicos e doirados, nem com casas pias que nunca foram feitas de outro chocolate que não fosse o mais amargo.
Temos a nossa Rainha-mãe de bochechas proeminentes e que não sabe que já não reina mas que nunca se cala a propósito de tudo e de nada; Que se arrasta adormecendo nas ocasiões solenes e que tem apenas Só-ares de saber o que diz.
Não nos faltam sequer os bobos da corte que todos os dias aparecem travestidos de figura pública das artes e do entretenimento em capas de revistas e em shows onde dançam, cantam e (imagine-se) até falam de política num círculo viciado em que todos se entrevistam e se elogiam a todos.
E temos Manuel Alegre.
Indeciso, como sempre, entre qual o papel que pretende representar neste conto de F_das!
Já quis ser Califa no lugar do Califa; Já foi Príncipe herdeiro deserdado pela rainha-mãe. Já foi Édipo a querer matar o pai. Já foi Caím que mata Abel e Abel politicamente assassinado por Caím.
Ora se apresenta como Raposinha Matreira, ora como Cavaleiro Branco, paladino dos fracos a quem esquece logo que volta a ser a raposa. Já foi Urso urrante, a gritar que a sí ninguém o cala. Mas calou-se sempre que assumiu o papel de pretendente a Rei.
Já foi o Soldadinho de Chumbo na reserva intelectual; o Mago da Corte das letras; o Conspirador da Corte; o Herói Breve; o Grande General retirado em exílio doirado de onde haveria de sair em dia de nevoeiro.
Já foi a Bela Adormecida que acordaria apenas com um beijo do Povo que nunca o beijou e acordou sozinho do outro lado do espelho da Alice, mas longe do País das Maravilhas.
Já pregou no deserto e ainda prega.
Actualmente é uma Cinderela a querer impôr-se à Fada Madrinha e rodear-se de Ratinhos que hão-de ajudá-lo a tentar vingar-se da madrasta e das irmãs que o rejeitaram nas eleições anteriores

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