terça-feira, 7 de abril de 2015

A Educação Superior e a “Pátria Educadora”

A Educação Superior e a “Pátria Educadora”

Não podemos esquecer a necessidade de solucionar a crônica crise das universidades federais, abaladas pelos contingenciamentos frequentes
A educação pode ser vista, de forma simplificada, como um processo pelo qual a sociedade passa para as futuras gerações, conscientemente e forma sistêmica, o conhecimento acumulado, evitando a necessidade de “redescobrir” a cada geração o que já foi desenvolvido pelas anteriores.
A educação superior, em particular, é fortemente influenciada pelos resultados das pesquisas e da inovação geradas nas bancadas de laboratórios da indústria e também das universidades. 
A construção de políticas públicas na educação superior veio com universalização do acesso à educação básica, que provocou uma expressiva demanda aos cursos.
A democratização do acesso e o aumento da relevância da pesquisa e da inovação criaram novas missões para as universidades.
A universidade deixou abandonou o modelo de Humboldt e ampliou a articulação com a sociedade, apoiando as indústrias inovadoras, porque estas necessitam agregar valor aos seus produtos. Elas também passaram a contribuir para o bem-estar social e para a melhor qualidade de vida. A extensão tornou-se importante ao deixar as ações paternalistas e não acadêmicas de lado, permitindo que o aprofundamento de conhecimentos por meio das demandas da sociedade, e contribuindo para o desenvolvimento regional, ao transferir para esta os resultados da sua produção.
Finalmente, as universidades passaram a se preocupar com modelos pedagógicos que permitam a formação de grandes contingentes de estudantes, com a aplicação das novas tecnologias de informação e de comunicação.
Um problema para as nossas universidades é que, apesar de todas as ferramentas trazidas pela computação, o processo ensino-aprendizagem está exaurido e muito mais próximo dos adotados no século XIX.
A educação superior em nosso país ainda é “rarefeita”, porque mais de 60% de municípios não tem qualquer acesso à educação superior, mesmo na modalidade a distância.
A matrícula brasileira representa hoje 18% do percentual de jovens em idade para cursar a universidade. A expansão torna-se, portanto, essencial para que atinjamos a meta do Plano Nacional de Educação de pelo menos 30% de jovens entre 18 e 24 anos matriculados nos cursos superiores.
A interiorização das matrículas, o incremento da oferta da educação a distância, a organização da oferta por meio de editais, e uma relação mais estreita com o sistema privado, que este responde por 80% das matrículas, devem ser priorizadas.
Necessitamos de mudanças curriculares urgentes, porque as nossas diretrizes foram elaboradas há mais de 10 anos e já não atendem as tendências verificadas ao longo deste período.
As vocações institucionais e as peculiaridades regionais exigem novos currículos, mais flexíveis, e que propiciem aos egressos as competências e habilidades requeridas para o exercício profissional.
No recredenciamento das universidades deveria ser obrigatório, além das regras atuais, a oferta de licenciaturas e programas de qualificação de professores para o ensino básico.
Também é imperioso aproximar mais as universidades e o setor produtivo, de modo a conhecer as necessidades de formação de quadros e a promover a realização de projetos colaborativos entre as duas partes.
Por fim, não podemos esquecer a necessidade de solucionar a crônica crise das universidades federais, abaladas pelos contingenciamentos frequentes.
Estes são alguns dos difíceis desafios colocados pela educação superior, mas são boas lutas, porque nos conduzirão ao desenvolvimento.
Educação Superior (Foto: Arquivo Google)

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