Sobre bate papo virtual
Por Daniele Barizon - 03/08/2013, 16h16
Há poucos dias, fomos contratados por uma organização social para traçarmos o perfil dos usuários de salas de bate papo no Rio de Janeiro. O objetivo da pesquisa era responder a determinadas questões relativas à segurança na Internet, haja vista a recorrência de crimes iniciados a partir de conexões na rede. Para coleta de dados, foram levados em conta os fatorestempo, gênero e faixa etária dos participantes, assim como o motivo que os levava a usufruir da ferramenta. Os resultados foram os seguintes:
Durante uma semana, analisamos chats da capital nos horários de 19 a 22 horas. Como em geral as páginas são divididas por assunto, visitamos os temas amizade, namoro esexo. Os homens constituíam maioria, com idades variáveis, mas principalmente de 20 a 30 anos. As mulheres, em menor quantidade, estavam entre 18 e 28 anos. Quase todos entravam à procura de companhia. Interessante constatar que não necessariamente companhia presencial. Muitos queriam apenas conversar virtualmente, desabafar, sem coragem de levar a relação adiante. Uns por falta de amigos, outros por falta do que fazer naquele momento.
Dentre os que buscavam contato off-line (real), alguns tomavam certos cuidados, como sugerir encontros em locais públicos. Ocorreu, entretanto, oferecerematé o endereço de casa, o que é preocupante, uma vez que não temos como saber o que há de verdade no que dizem tantos perfis: idade, profissão, índole, caráter... tudo é passível de ser dissimulado através da tela de um computador. Inclusive, quaisquer pesquisas na área tendem a apresentar falhas, devidoa fragilidade das informações recolhidas.
Pessoas se conhecem pela web e formam casais relativamente felizes. Quem nunca ouviu falar? Porém outras sofrem traumas difíceis de serem superados, quando não perdem a vida. Por isso, vale a pena ter cautela. Aos adultos, recomendamos que sigam regras básicas de segurança, como ter as primeiras ligações em lugares movimentados. Aos jovens, que façam uso das salas somente se autorizados, e sigam os mesmos passos. Aos pais, que orientem os filhos. E utilizem programas de bloqueio, se for o caso.
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