Nos últimos dois anos, aumentaram pedidos de internação compulsória.
Procurar ajuda é o primeiro passo para se livrar do vício, diz coordenadora.
Comente agora
Familiares de usuários de drogas de Três Rios, no Sul do Rio de Janeiro, estão tendo dificuldades para encontrar vagas em clínicas especializadas. De acordo com a juíza da Vara de Família, Infância, da Juventude e Idoso, Mara Grumback Mendonça, nos últimos dois anos, aumentaram os pedidos de internação compulsória. "Normalmente, os pacientes são encaminhados para o Rio de Janeiro, e o município depende do estado para conseguir a vaga para a internação", explicou.
Não existe um dado oficial sobre o número de usuários de drogas no município. O que se sabe é que aumentou o número de pessoas que buscaram atendimento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD). De 2012 para 2013, o número subiu de 890 para 1.171 acolhimentos, a maioria usuária de álcool, seguida por maconha e crack.
A cabelereira Rosa Maria Lopes de Oliveira conta que o filho dela, de 28 anos, é usuário de drogas desde os 12. "Tem seis meses que ele piorou a situação. Eu tive que sair da minha casa e deixar a casa com ele, porque ele estão tão sem condições de responder por ele mesmo, que até os encanamentos da casa ele tirou para vender", explicou.
Ela tenta de todas as formas ajudar, mas ele não aceita. A única vez que foi internado, ficou apenas uma semana e fugiu. "Ele fala que vai melhorar, mas ele não responde por ele. Ele fala agora, mas daqui a meia hora ele não quer mais ajuda", contou Rosamaria.
Para a coordenadora de saúde mental do município, Andréa Zanatta, procurar ajuda é o primeiro passo para quem quer se livrar do vício. "O familiar vai ter todas as informações necessárias de como proceder com esse usuário, com essa pessoa que sofre do uso abusivo de drogas", disse.
Quando o usuário nao quer ser ajudado o caminho é a internação compulsória. No entanto, a alternativa tem poucos resultados. "Ela é totalmente ineficaz, porque eles podem até ser internados, mas a maioria das vezes eles recaem quando saem da internação. Então, o nosso trabalho é justamente na questão deles se responsabilizarem, deles entenderem a necessidade do atendimento", acrescentou Andréa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário