PMs envolvidos no caso Cláudia Ferreira continuam em liberdade um ano após o crime
Três deles ainda estão trabalhando. Parte da família da vítima espera por indenização e inquérito aguarda julgamento.
Por Gabriela Viana e Thiago Mathias
'É triste. Espero que chegue ao fim disso tudo. Que eles paguem. Eu sei que não vai amenizar a dor, mas vai tranquilizar a gente saber que não ficou impune.'
No dia 16 de março de 2014, o desabafo de Alexandre Fernandes da Silva pedia justiça pela morte de sua mulher, Cláudia Ferreira da Silva. A auxiliar de serviços gerais morreu, aos 38 anos, após ser atingida por um tiro no peito e arrastada por 350 metros por um carro da Polícia Militar, após uma operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, na Zona Norte do Rio.
Um ano após a morte de Cláudia, o inquérito aguarda julgamento no Tribunal do Júri e os seis PMs envolvidos estão em liberdade. Três deles, Rodrigo Boaventura, Zaqueu Bueno e Gustavo Meirelles, continuam trabalhando, lotados em outros batalhões. Já os subtenentes Rodney Archanjo e Adir Serrano, e o sargento Alex Sandro Alves, que colocaram Cláudia no porta-malas, estão impedidos judicialmente de exercer função. Segundo uma das irmãs de Cláudia, Jussara Ferreira, a liberdade dos policiais deixa os familiares inseguros.
Na semana passada, os seis policiais foram denunciados pelo Ministério Público por fraude processual, já que ao removerem o corpo de Cláudia, modificaram a cena do crime. Rodrigo Boaventura e Zaqueu Bueno também foram denunciados por homicídio doloso qualificado. O coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio, Fábio Amado, garantiu que junto com o MP vai trabalhar para que os policiais paguem pelo crime.
O caso chocou o país após um vídeo gravado por um cinegrafista amador mostrar o momento em que o corpo de Cláudia, preso pela roupa, é arrastado pelo carro da PM. Ela morava com o marido, quatro filhos e quatro sobrinhos. O marido e os filhos de Cláudia receberam indenização no ano passado, mas a mãe dela e os irmãos ainda aguardam.
Leia mais: http://cbn.globoradio.globo.com/rio-de-janeiro/2015/03/16/PMS-ENVOLVIDOS-NO-CASO-CLAUDIA-FERREIRA-CONTINUAM-EM-LIBERDADE-UM-ANO-APOS-O-CRIME.htm#ixzz3UZI0Tce2
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