Acionistas minoritários querem bloquear os bens de Eike Batista
Denise Luna e Mariana Sallowicz (Folha)
Os investidores minoritários das empresas do grupo EBX, de Eike Batista, organizam-se em grupos para estudar medidas judiciais e administrativas para pedir o confisco de bens do empresário.
A queda no preço das ações da petroleira OGX, por exemplo, já é de 88% neste ano.
“Queremos entender o porquê desse descolamento tão grande entre o que está acontecendo agora e o que foi prometido”, afirma o advogado Adriano Mezzomo, um dos fundadores da Unax (União dos Acionistas Minoritários do Grupo EBX).
Ele diz que estão sendo recolhidas procurações de acionistas no Brasil e no exterior para que o grupo possa participar das assembleias.
Mezzomo afirmou ainda que estão sendo avaliadas medidas legais cabíveis perante a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo).
78 MIL INVESTIDORES
Segundo levantamento feito pela Folha, as empresas de capital aberto do grupo EBX somam cerca de 75 mil investidores pessoa física e mais de 3.000 jurídicas.
Outro grupo de minoritários agendou uma reunião para discutir o assunto no próximo sábado, em São Paulo. Já há 70 confirmações. O objetivo, diz William Magalhães, mentor do grupo, é criar um Conselho Fiscal na OGX e garantir a presença de um minoritário no Conselho da companhia.
“É hora de apoiar a empresa”, afirma.
Nos escritórios de advocacia, as consultas para eventuais processos começam a aparecer e podem respingar na CVM.
O advogado Fernando Orotavo diz que a autarquia poderia ter alertado o mercado sobre os quase 20 processos administrativos que a OGX estava enfrentando e criticou a posição de alegar sigilo no caso, já que se tratava de interesse público.
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