sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Um Brasil para derrotados


A discussão entre dirigentes da Odebrecht e a Lava Jato, sobre um acordo de delação premiada, encontra dificuldades resistentes de parte a parte. A ponto de ser admitida a hipótese de uma situação nova e de decorrências imprevisíveis, com a mais importante das empreiteiras e os métodos da Lava Jato postos em xeque.

Há um mês, Sergio Moro e os procuradores divulgaram que só aceitariam mais um "acordo" de delação. Havendo, porém, duas empreiteiras a discuti-lo, era já um degrau mais alto nas pressões contra as dificuldades de dobrar a Odebrecht e a OAS, nas pessoas de Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro. Nem por isso os dois saíram correndo para conceder o que lhes é exigido, na concepção de preço que a Lava Jato arbitra, sem parâmetros prévios, e submete à aprovação do STF.

Marcelo Odebrecht está preso em Curitiba há um ano e dois meses, a se completarem na próxima semana. Aguardou quatro meses para a primeira e breve inquirição. Só na semana passada foi ouvido pela primeira vez no grupo de procuradores, como noticiado pela Folha. Léo Pinheiro recebeu outra pena. Os ex-diretores da Petrobras, que agiram com várias empreiteiras, estão em suas casas de férias em Itaipava e Angra dos Reis, e em edifícios luxuosos de Ipanema e Leblon.

Leia artigo:

O impasse entre a Lava Jato e a Odebrecht deixou bem caracterizado o seu início: os vazamentos da força-tarefa curitibana de repente arrefeceram, e logo sumiram mesmo por largo tempo. As informações propostas pela Odebrecht, para análise da possível delação, davam rumo diferente à temática da Lava Jato: entrevam lideranças do PSDB, governo paulista, Michel Temer e PMDB, enfim, muitos daqueles que, se mencionados em depoimentos distantes, foram entregues depressa aos resguardos do silêncio.

A Lava Jato nada foi verificar ou quis descobrir nesses veios da corrupção, como sabem, não o digam ou digam o contrário, os que têm as informações básicas sobre o que se passa lá e nas adjacências. A confluência de novos citados e o sumiço de vazamentos faz parecer a existência de uma contradição nessa fase da Lava Jato, em cobrar mais delações e desprezar delações a mais do que o esperado ou desejado.

Só há quatro dias um assunto da nova temática apareceu, com a revelação da Folha, pela repórter Bela Megale, de que dirigentes da Odebrecht informaram a Lava Jato sobre doação "por fora" de R$ 23 milhões (hoje, R$ 54,5 milhões) "à campanha" presidencial de José Serra em 2010.

Além daquele montante, haveria ainda R$ 2,4 milhões (R$3,6 milhões de hoje) doados por meio do Comitê Financeiro Nacional da Campanha, portanto, legais em princípio.

Parte daquele montante anterior foi depositada no exterior. E aí há, digamos, um equívoco. Partido não precisa de dinheiro no exterior, o que até exige complicadora remessa para o Brasil. Depósito no exterior indica como destino, não campanhas, mas bolsos e contas pessoais, mesmo se encobertas por terceiros.

Ainda no ramal novo, o aparecimento de Michel Temer e Eliseu Padilha, se bem que citados por "Veja", traz delicada contribuição para o seu governo. Não foi por casualidade destoante que a composição do ministério encheu-se de pendurados na Justiça e estrelas das citações a jato. Pode-se agora deduzir afinidades a conduzirem as escolhas. No fundo, é de fato o mesmo grupo do PMDB e da Câmara. O governo montado por Temer tem unidade, pois. De cima a baixo.

Nem mesmo é casual a proteção que Michel Temer e seus aliados proporcionam a Eduardo Cunha para protelar sua cassação, já adiada, e agora marcada para 12 de setembro.

Jânio: Moro desiste da delação da Odebrecht porque atinge Serra, Temer e Padilha

POLÍTICA - BRASIL


Jânio: Moro desiste da delação da Odebrecht porque atinge Serra, Temer e Padilha

O jornalista e colunista da Folha, Jânio de Freitas, decano desta profissão tão violentada, sabe o que diz. Neste artigo ele revela que a delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht subiu no telhado. A razão? Moro não esperava que no rol dos acusados surgissem nomes como os dois estelionatários da Presidência da República - o grupo político que articulou a queda do governo legitimamente eleito. Leia o artigo.

DIA NACIONAL DAS ARTES

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

CUIDADO COM O FACEBOOK - PERITOS DO INSS


Cuidado ao postar fotos no facebook: podem ser provas contra você pelos peritos do INSS!

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DEZ TIPOS DE FOTOS DO FACEBOOK QUE PODEM CAIR NO PENTE FINO DOS PERITOS DO INSS
Já há casos de segurados do INSS que perderam o benefício a partir de uma investigação nas redes sociais da pessoa. Há pouco tempo, uma mulher teve o auxílio por depressão cortado após colocar fotos “felizes” no Facebook.
Está programado um pente fino em quem recebe auxílio-doença e aposentadoria por invalidez há mais de dois anos. Medida Provisória instituiu o Bônus Especial de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade.
A ideia é revisar três milhoes de aposentadorias, que geram gastos de R$ 3,5 bilhões por mês. Os médicos receberão um bônus por perícia extra.
Consultar as redes sociais do segurado já entrou para o procedimento. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Jane Berwanger listou para o Acerto de Conta$ dez casos em que as fotos sinalizam “incompatibilidades” com a justificativa para o benefício do INSS e podem indicar irregularidades:
1 – Depressão X Festas e animação
2 – Depressão profunda X Está viajando em férias
3 – Problemas ortopédicos x Exercício físico/Jogo de futebol
4 – Doenças cardíacas x Corridas
5 – Está em benefício x Informa trabalhos informais
6 – Doença mental x Está dirigindo
7 – Problemas no quadril x Está dirigindo
8 – Insanidade mental x Participa de atividades sociais/associativas
- Em todos os casos, não se trata de automaticamente considerar que a pessoa está apta a trabalhar. Mas são casos que vão chamar a atenção do médico. – pondera a presidente do IBDP.
Jane Berwanger acrescenta que o médico pode olhar informações que estão abertas para o público. E, caso seja chamado no INSS, o segurado tem que comprovar que ainda precisa receber o auxílio.
Fonte: Três passos news.


terça-feira, 9 de agosto de 2016

Peritos do INSS irão vasculhar Facebook para analisar fraudes Medidas têm como objetivo evitar a má-fé de eventuais beneficiados.


Peritos do INSS irão vasculhar Facebook para analisar fraudes

Medidas têm como objetivo evitar a má-fé de eventuais beneficiados.


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De acordo com informações divulgadas hoje pela Folha de São Paulo, o INSS passará a adotar efetivamente uma pesquisa virtual por parte de seus servidores sobre a vida do segurado antes da concessão de algum benefício, ou no caso de revisão de alguns deles.
As medidas anunciadas por um médico perito fazem parte de um pente-fino nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, nos moldes das informações que o próprio segurado posta em suas redes sociais, como o Facebook, por exemplo.
Já não é recente esse posicionamento. A Advocacia Geral da União, que representa a autarquia judicialmente, têm utilizado com frequência em ações judiciais informações divulgadas pelo próprio segurado.
Um dos casos famosos foi o de uma segurada que recebia auxílio-doença por depressão, mas perdeu o benefício doINSS após postar fotos felizes no Facebook, como bem destacado neste artigo.

Mais informações: Folha de São Paulo

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Está aberta a caça aos pobres eleitores

Em gravação, senador Hélio José diz que pode 'indicar melancia' para cargo Político faz referência a indicação de novo superintendente da SPU no DF. Áudio foi gravado na última terça; G1 não conseguiu contato com citados.

Gravações feitas nesta semana e divulgadas pela internet mostram o senador Hélio José (PMDB-DF) defendendo a indicação de um ex-assessor para o cargo de superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal. Nos áudios, o político diz que nomeia "a melancia que quiser" para o posto e que quem não "estiver com ele" pode "cair fora".
"Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar", diz o senador em um trecho da conversa.
Em nota, o senador Hélio José (PMDB-DF) disse que o ex-assessor é profissional autônomo e não possui empresa no ramo imobiliário nem título de sócio administrador de qualquer empresa no país e nem faz parte, na condição de acionista, de qualquer imobiliária. A Casa Civil do governo federal informou que não vai se manifestar sobre o tema.
A gravação foi feita nesta terça (2) na sede da SPU-DF, que fica no mesmo prédio de órgãos da administração federal. Nos trechos divulgados, José comenta a indicação de um ex-assessor de gabinete, Francisco Nilo Gonsalves Júnior, para o cargo de superintendente do órgão distrital.
"Ele [Júnior] tem lado. O lado dele é o senador Hélio José, que é o responsável pela SPU a partir de hoje. A partir de hoje, a SPU é responsabilidade minha, do senador Hélio José, gabinete 19 da [Ala] Teotônio Vilela", diz o senador, em referência à sala que ocupa no Senado Federal.
Senador Hélio José diz, em gravação, que pode indicar 'a melancia que quiser' para cargo (Foto: TV Globo/Reprodução)Senador Hélio José diz, em gravação, que pode indicar 'a melancia que quiser' para cargo (Foto: TV Globo/Reprodução)
Testemunhas afirmaram à TV Globo que o discurso de Hélio José foi feito em tom de ameaça, endereçado a um grupo de funcionários contrários à indicação de Gonsalves Júnior. Segundo esses servidores, o novo superintendente é sócio de uma imobiliária e, por isso, não poderia comandar o órgão que administra terras da União no DF.
"E eu vou para a Casa Civil agora, para resolver esse negócio da imobiliária. É mais uma armação de Valéria e companhia limitada e não vai acontecer, 'tá' certo? Não vai acontecer", diz o senador.
A mulher citada na gravação, de acordo com testemunhas, é Valéria Caetano, superintendente substituta da SPU no DF. Após essa referência, Hélio José fala sobre o poder que teria para indicar "uma melancia" e diz que opositores teriam que buscar outro lugar para trabalhar.
"'Tô' deixando isso claro, bem registrado aqui bem claro em alto e bom som: sua Valéria e sua turma de conspiradores esvaziem as gavetas. Caia fora da SPU e vai lá se apresentar na seção de pessoal do Ministério do Planejamento, pra ver aonde vai se lotar esse povo lá", declara.
A TV Globo tentou contato com Valéria Caetano e Nilo Gonsalves Junior, mas não obteve retorno. O advogado de Júnior foi informado do conteúdo da reportagem, mas não quis comentar a suposta participação em uma imobiliária.
"O sr. Nilo é gestor financeiro, devidamente inscrito no Conselho Regional de Administração, de elevada capacitação técnica, a quem o senador confiou e sugeriu uma indicação técnica para assumir a SPU-DF, que tem por finalidade zelar, manter, administrar e sobretudo, ajudar a destravar o sistema fundiário inclusive na regularização dos condomínios de uma forma técnica, honesta e totalmente dentro da legalidade", afirmou o senador em nota.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Deputados pressionam e Rodrigo Maia lerá parecer contra Cunha na segunda-feira

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está sendo pressionado por deputados da oposição a ler o parecer que recomenda a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Casa; vários deputados da oposição ameaçaram até  impedir ou atrasar as votações no plenário até que o processo de Cunha fosse submetido à votação no plenário; nesta nesta terça (2), em resposta ao apelo do líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), o presidente da Câmara informou que poderá ler o parecer na próxima segunda (8), no plenário da Casa.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está sendo pressionado por deputados da oposição a ler o parecer que recomenda a cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Casa. Parlamentares do PT, PC do B e PSOL ameaçaram até impedir ou atrasar as votações no plenário até que o processo de Cunha fosse submetido à votação no plenário. Nesta nesta terça (2), em resposta ao apelo do líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), o presidente da Câmara informou que poderá ler o parecer na próxima segunda (8), no plenário da Casa.
 "A sociedade brasileira não aguenta mais ver a Câmara adiar esse debate […] Nós estamos numa luta há meses para livrar a Câmara dos Deputados de uma figura que não pode mais conviver conosco. Faço um apelo para que seja no começo da semana que vem, no máximo. E que a campanha eleitoral comece com cada parlamentar dizendo como votou na cassação de Eduardo Cunha”, discursou Molon 
Entretanto, Maia condicionou a análise do processo de cassação de Cunha à votação do projeto da renegociação da dívida dos estados, que estava previsto para ser apreciado nesta terça. Porém, por falta de acordo, o texto – que já recebeu mais de 200 emendas (mudanças propostas por deputados) – deverá ser votado somente na segunda-feira.
"Esse é um assunto com nenhum tabu nele. A gente pode fazer essa leitura na segunda-feira, não há nenhum problema. Mas a prioridade é o PLP 257 [projeto da renegociação da dívida dos estados]. Não vamos votar nada sem antes votar ele", afirmou Maia.
O processo de cassação de Cunha ficou pronto para decisão antes do recesso de julho. A leitura do parecer no plenário deverá acelerar a votação final que pode culminar na perda do mandato do peemedebista, já que duas sessões após o ato, o caso passa a trancar a pauta de votações do plenário da Câmara, impedindo a apreciação de outras matérias.Para a perda do mandato de Cunha são necessários 257 votos entre os 512 deputados em exercício.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Vila do Pan-2007 é mico de R$ 300 milhões, tem chão afundando e crateras

Photo published for Vila do Pan-2007 é mico de R$ 300 milhões, tem chão afundando e crateras - 29/07/2016 - UOL...

José Ricardo Leite e Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro

Se a falta de água, luz e gás na Vila Olímpica da Rio-2016 fez alguns atletas chiarem, imagine então se eles tivessem que conviver diariamente com problemas estruturais em prédios e crateras pelas ruas de onde estão abrigados. Pois saiba que é assim que vivem hoje os cariocas que investiram um bom dinheiro para comprar um apartamento da Vila dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Nove anos após o evento esportivo, moradores do espaço ainda sofrem com intermináveis problemas causados por erros na construção dos 17 prédios e na urbanização do entorno deles.
A Vila do Pan hospedou até 5,5 mil atletas internacionais que vieram ao Rio competir em 2007. A obra custou R$ 230 milhões (valores da época) e contou com amplo financiamento público - R$ 189 milhões da Caixa. Depois de pronta, porém, começou a apresentar problemas relacionados principalmente ao afundamento do terreno em que fica o condomínio, em uma região pantanosa