A megamanifestação desta quinta-feira parece ter sido criada por uma espécie de Frankenstein sindical
Carlos Newton
Conforme já informamos aqui, todas as Centrais Sindicais, reforçadas pela UNE, pelo MST e por outras entidades, incluindo o PT e o PCdoB, desde o final de junho vêm se mobilizando para promover esta quinta-feira o “Dia Nacional de Lutas, Com Greves e Mobilizações”.
Detalhe importante: o título é este mesmo, mas a palavra “Greves” foi introduzida posteriormente, após o encontro mantido há cerca de 20 dias com o ex-presidente Lula em São Paulo, quando ele deu sinal verde às Centrais Sindicais para a realização desse megaprotesto.
Ninguém sabe o que vai acontecer, se os movimentos sociais que colocaram o povo nas ruas vão aderir ou se a manifestação se resumirá aos sindicatos. Até agora, o noticiário sobre confirmação de greves ainda é escasso. Não se sabe também se aparecerão bandeiras do PT, do PCdoB, do PSTU, do PSOL, do PCO e do PCB e de outras legendas que agora tentam pegar carona no movimento #vemprarua, que passou a concentrar nas redes sociais as manifestações apartidárias, digamos assim.
APOIO DE LULA
É interessante notar que o megaprotesto está sendo apoiado por Lula, apesar da pauta das reivindicações conter duras críticas ao governo Dilma Rousseff, ou seja, atingindo também o próprio PT e os partidos da base aliada, como o PCdoB, PDT, PMDB etc.
Ao mesmo tempo, circulam informações de que o próprio Planalto estaria incentivando a manifestação, o que, a meu ver, seria uma atitude suicida, porque a pauta começa com questões trabalhistas, incluindo terceirização, e abrange também os temas do #vemprarua, como transportes, saúde, educação, corrupção etc.
Desde o início tenho divulgado essa pauta aqui no blog da Tribuna, com exclusividade, e nada mudou. A manifestação, decididamente, não é de apoio ao governo. Se o Planalto estiver apoiando a manifestação, é melhorar internar logo o marqueteiro João Santana, que hoje opera no governo Dilma como uma espécie de Rasputin imberbe, sendo considerado o 40º ministro – o mais importante deles, aliás.
Portanto, a única coisa que se pode dizer é que a confusão é geral, ninguém se entende e essa situação está ficando realmente preocupante. Como dizia o cantor Sergio Brito, “parem o mundo que eu quero descer”.
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