Gozando de saúde relativamente robusta para sua idade, e em pleno domínio de suas faculdades mentais, o gesto do Sumo Pontífice causou estranheza imediata em círculos ligados à Igreja Católica. Debruçados sobre carta em que Bento XVI anuncia, em latim, a sua momentosa decisão, latinistas chamaram a atenção para alguns erros de caso no texto escrito de próprio punho pelo Santo Padre – um genitivo por um ablativo, um nominativo por um acusativo. A princípio, chegaram a considerar que tais deslizes cometidos por um homem imensamente letrado poderiam ser atribuídos à idade avançada. Pouco depois, entretanto, foram forçados a abandonar a hipótese ao se depararem com a declaração “sum cançadaçum”, um uso inédito do particípio verbal do verbo cansare, que de resto não existe em latim.
A expressão sugeriu alguma influência brasileira na decisão do Vigário de Cristo, e em pouco tempo vaticanistas concluíram que ninguém teria mais a lucrar com a renúncia do que Ilze Scamparini.
Segundo fontes ligadas ao serviço de inteligência da Congregação de Doutrina da Fé, Scamparini teria aparecido na tela da Globo apenas cinco vezes nos últimos 27 anos, e a alta gerência da emissora estaria reconsiderando a necessidade de manter uma correspondente na Itália.
Não está claro se a estratégia garantirá o emprego de Scamparaini. Da redação da Globo em Londres, o jornalista Renato Machado declarou à revista Wine Times: “Se eu cubro a guerra civil da Síria, a invasão do Mali, e até o mesmo o Jubileu na Rainha sem nunca ter sujado meus mocassins italianos nas calçadas de Londres, por que diabos não posso ancorar daqui mesmo a sucessão do Papa?”
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